23/10/2007

Surreal


Deixo rastros ao léu em busca de coisa alguma que mate a sede insana habitante desse vazio cheio de tudo que me perfaz só pra seguir trilhas incertas em direção ao cais de anseios que construíste enquanto encantado por meu contorno e silenciar tua metademundo ancorando esse corpo em minhas entranhas fazendo de eu mesma morada das vontades camufladas na outra metade de ti que é o perder-se e bem sei do vento caçador dos desejos que trazes tentado roubar dessa arquiteta ilusionista o substrato de teu ser e mesmo assim não canso de esboçar no mundo do adeus momento de chegada nem fico esperando dia de volta se és o nada que preenche meu tudo e tudo que jamais tive porque só existes nos devaneios oníricos que perturbaram meu sono ontem à noite.









Imagem: Floriana Barbu

16 comentários:

Anônimo disse...

Vim buscar minha dose diária..


Como você se sente, sendo uma traficante de poesias e ternuras?


Abraços, flores, estrelas..

PAULO SANTOS disse...

Mais um texto agridoce!
Que deixas ao critério de cada um fazer seu ou não!
Partilhas um desejo de compromisso...a busca da certeza na incerteza!
No apelo do corpo!
Adorei!

Um beijo!

Teu amigo

Paulo

Márcio Hachmann disse...

Pois é. Sou apenas mais um dependente psicológico. KKKKK

Anônimo disse...

tomei num só gole, rápido e gelado ;)

Juliana Cintra disse...

Tudo, tudo, tudo...

perdi a respiração e fala.

b.

Oliver Pickwick disse...

Aí!
Brincadeirinha!
Gostei da diversidade dos textos, especialmente desse. Tem um ótimo trabalho aqui.
"... morada das vontades camufladas..." Este trecho, por exemplo, é um verdadeiro achado.
Tenha uma ótima semana.

Pena disse...

Simpática Amiga:
Um surrelismo imenso que perturbou o seu sono.
Um encadear de palavras de conteúdo indefinido, mas significativos na sua soberba insignificação de puro talento.
Já lhe disse isto, penso eu, se o André Breton visse o que escreve com significado na plenitude de si, coraria de inveja.
Parabéns! Continue.
Voltarei sempre.
Beijinhos amigos com muita estima e consideração
pena

Lê-la-ei com prazer sempre, acredite?
E, acredite no seu imenso valor. É real. Visível!

Anônimo disse...

Sem fôlego, mas, perfeito!!

Luis Ferreira disse...

Vim conhecer o teu mundo e descobri encanto e sentimento

Parabens

Tamara Queiroz disse...

Eu sempre gostei da palavra léu. Não sei se digo que é pelo fato da língua tocar (ou quase!) o céu-da-boca; ou se digo que é pela expressão que sempre fazemos ao dizê-la... enfim.

Totalmente surreal, com certeza!

Eu A-DO-RO o surrealismo. Acho fascinante ler um texto belíssimo e ver tudo, enquanto outros não vêem nada (porque a alma deles já desprenderam do corpo!).

Bom, tenho muito o que digerir e quem saber ter devaneios oníricostão breve (rs).

Voltarei para deliciar-me um pouco mais.

B-joletas

O Profeta disse...

Tu és tão mulher! Mas posicionas-te na vida tal como num palco, o chicote em uma mão e o afago na outra...


Doce beijo

AB disse...

Lê-se em staccato e legato, se é possível definir-se assim.. Suspensa no ar dos devaneios perturbadores - prazer imenso!
Lindo, FERNANDA..

benechaves disse...

Oi, linda: não é fácil, de um fôlego só, construir um texto. E vc soube como fazê-lo com suas palavras sempre fortes. E por que não dizer arrebatadoras?

Beijos vigorosos...

Osc@r Luiz disse...

Não me preocupo com a parte "Agri", e fico com a "Doce", porque "metade de mim é amor, e a outra metade... ... também!".
Beijos!
Saudades!

O Sibarita disse...

Ah vou dizer sim e por que não? kkk

Ô dona moça, ai Jesus! kkk Esse vento caçador dos desejos, cuidado com ele, viu fia?

Vai ver que foi ele que não lhe deixou dormir, foi não? kkkkk

Muito porreta seu texto!

abraços,
O Sibarita

ex-amnésico disse...

Só quem já tentou caçar palavras automáticas sabe a profundidade dessa selva. Tua trilha vai direto a centro.

Da periferia, eu te aplaudo!

Beijo.