
Era pra ser vento efêmero que tinge o rosto de tempos vindouros ou lembrança passageira se acomodando em istmos de ontem e depois. Nada além de rajada lunar a clarear as noites boêmias poderia ser. Nem mesmo fagulha solar incendiando um lindo sorriso na face inóspita. Devia ser breve como chuva equatorial, fugaz frente fria que toma conta dos trópicos vez por outra.
Acabou sendo verão na metade dela que era inverno e refrescou a parte coruscante que a levava por caminhos desconhecidos em busca de algo que nem se sabe. Criou raízes fundas, fecundas e todos os dias brotam pétalas de quereres, punhados de sonhos, rios de ilusões.
Folhas de esperança germinam cotidianamente desde então. São alimentadas pelos riachos de todo dia que regam suas raízes de amanhã.
Imagem: Kharlamov Sergey